Estes três romances marcam também os mais altos momentos da criação kafkiana e aquele que ora apresentamos não é certamente dos menos conseguidos.
Hermann Hesse considerava-o mesmo «o mais misterioso e o mais belo dos grandes romances de Kafka».
Toda a acção gira à volta dum misterioso indivíduo, K. de seu nome, que chega a uma aldeia contratado pelo castelo de que esta depende, para nela exercer a sua profissão de agrimensor, e dos seus desesperados esforços para entrar em contacto com o tal Castelo. "

Nesta obra deparamo-nos com uma crítica excepcionalmente inteligente à sociedade em decadência, à burocracia estatal.
O personagem surge como alguém enigmático que não encontra respostas para as suas dúvidas e que empreende uma luta desesperante contra um mundo em silêncio, contra uma autoridade inatingível e indiferente, contra o fenómeno da incomunicabilidade, fenómeno este, tão patente nos dias de hoje.
Esta narrativa foi interrompida abruptamente por seu autor no meio de uma frase. Todavia, e apesar das fortes críticas, o facto de ter sido deixada em aberto a intenção do escritor, proporcionou-me a liberdade para imaginar o seu final e ponderar até que ponto é que não seria o castelo uma divagação do inconsciente de K.!
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