quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

LIVRO: RENATO RUSSO - O FILHO DA REVOLUÇÃO

Em 1985, ao lado do baterista Marcelo Bonfá, do guitarrista Dado Villa-Lobos e do baixista Renato Rocha, ele lançou o primeiro disco do Legião Urbana. Foi como letrista e vocalista dessa banda que Renato Russo se tornou o maior nome da história do rock brasileiro. Os treze discos do grupo e os quatro álbuns-solo do cantor somam 14 milhões de cópias vendidas – 300 000 unidades só no ano passado.
Essa história de obstinação é narrada no saboroso Renato Russo: o Filho da Revolução (Agir; 416 páginas; 59,90 reais), do jornalista Carlos Marcelo, 39 anos, editor executivo do jornal Correio Braziliense.

O livro não pretende ser uma biografia completa e abrangente. É antes um ensaio biográfico, centrado na tormentosa relação de Renato Russo com Brasília, cidade com a qual o Legião Urbana sempre seria identificado. O tumultuado show da banda no estádio Mané Garrincha, em 1988 – em que Renato Russo brigou com o público e interrompeu a apresentação com menos de uma hora de performance –, ganha um lugar central na narrativa de Marcelo. As relações amorosas de Renato Russo – com meninas e meninos, como dizia uma de suas letras –, as drogas e a morte em consequência da aids, em 1996, são tratadas de modo mais sucinto.

O novo livro mapeia as relações familiares dos roqueiros de Brasília com o governo, ao tempo da ditadura militar. O jovem Renato Russo – filho de um funcionário graduado do Banco do Brasil – quis muito conhecer o garoto que tinha uma guitarra Gibson, item raríssimo na década de 70, quando as barreiras alfandegárias eram rigorosas. O proprietário da guitarra tinha um canal seguro para importar instrumentos: seu pai, que viajava ao exterior como piloto do presidente Ernesto Geisel. O nome do garoto: Herbert Vianna, futuro líder dos Paralamas do Sucesso.

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