quinta-feira, 30 de setembro de 2010

criatividade

criatividade

Nesta semana eu estava lendo um interessante texto do Dr Howard Gardner (do livro “Inteligência: Um Conceito Reformulado“) que trata sobre criatividade, inteligência, liderança e etc… Mas o que mais me chamou a atenção foi o conceito de Criação/Criatividade dado por ele.

Resumidamente, segundo o autor, “Criativo” é algo que mudou profundamente sua área de atuação, ou até que tenha criado uma área de atuação nova.

Esta definição é poderosa. Pare e leia novamente, faça uma pausa e continue.

Sinceramente, qual foi a última coisa criativa que você ouviu (considerando “criatividade” de acordo com o Dr Howard Gardner)?

Difícil responder esta pergunta, seja por não ser possível ouvir tudo que existe neste infinito universo musical ou seja porque não estavamos presente quando artistas tidos “criativos” fizeram sua obra.

Outro dia ouvi uma pessoa dizer que não entendia o porque Beatles era considerado tão bom, ou porque Hendrix era tido como um mago de guitarra, ou porque as pessoas se preocupam do porque o Metallica já não ser tão bom atualmente, “existem muitas bandas de Thrash que são melhores!”.

(Só por citar Beatles e Hendrix a pessoa em questão já corria risco de vida, dêem um desconto, era um “genérico de 20 anos”)

O ponto é: a criatividade de um Sgt Peppers, Eletric Ladyland, Master of Puppets está diluída no tempo. O que ouvimos hoje são ecos destas (e claro, outras obras tão importantes quanto).

Mas aí eu estava pensando além, dentro deste enfoque, é fácil identificar obras criativas no passado, mas e atualmente (tá, últimos 10 anos), há algo criativo rolando?

A resposta vem do próprio texto. Algo criativo, normalmente, não pode ser percebido no momento de sua concepção. O impacto de algo criativo pode demorar um tempo para que realmente mude uma área de atuação.

Mais uma vez isso me fez pensar… será que neste exato momento tem algum artista (de sucesso ou não) que está mudando a música e só perceberemos daqui uns anos através da influência exercida?

Outro ponto importante do texto, e que nos ajuda a entender os “picos” de artistas. “Não é possível ser criativo em tudo e o tempo todo”.

Algo também interessante, é que ser criativo não significa fazer coisas “diferentes”. Claro, é fácil falar que o Iron Maiden foi criativo, afinal eles praticamente fundaram o Heavy Metal “tradicional”. Mas peguemos o caso do Nirvana, eles foram criativos também! Faziam uma música que um monte de banda fazia na época, mas eles conseguiram mudar sua área de atuação, e neste caso foi uma mudança no mercado musical, onde o “Grunge” quase matou comercialmente outros gêneros musicais. Claro que aqui o Nirvana não se resume a 3 músicos, e sim tudo que eles moveram junto com sua música.

Aí entra Csikszentmihalyi (não me pergunte, uma pessoa com um nome desse merece respeito e fim). Ele diz que para existir criação precisamos de um indivíduo criador, uma realização na sua cultura e insituições que julguem sua criação. Saindo da teoria e botando em prática: Precisamos de criadores, obras e apoio de terceiros que acabam propagando e validando esta criação. Não existem pessoas com “poder criativo” anônimos, independentes ou algo do gênero. Esses, por ter pouco “poder de fogo”, não conseguem impactar uma área como um todo, o alcance de suas obras é restrita.

E para finalizar, nem tudo precisa ser criativo para ser bom ou importante. Por isso existem os líderes e a inteligência, que atuam em um âmbito menos inovador mas que mesmo assim fazem sua obra com proeza.

(ficou filosófico? é só para pensar sobre o assunto mesmo… pelo menos eu consegui responder um monte de dúvidas que eu tinha – Ok, o autor do texto inspirador quem respondeu – e me ajudou a entender melhor o que seria a dita coisa “Criativa”)

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