terça-feira, 18 de maio de 2010

Desclassificados do ouro


A sociedade mineira do século XVIII era mais diversificada do que a do Nordeste açucareiro, apesar da manutenção do escravismo. Calcula-se que 70% da população era composta de escravos. Os trabalhos nas minas era realizado principalmente no inverno, por causa da menor quantidade de chuvas. Com água até a cintura, a maioria dos escravos não aguentava trabalhar por mais de dez anos. Cerca de 2% dos escravos conseguiram a alforria com a mineração clandestina ou como prêmio por haver encontrado grandes pedras.

A camada mais rica e poderosa era formada pelos grandes mineradores, altos funcionários da Coroa e grandes comerciantes. Mas foram poucos os mineradores que fizeram fortuna, devido ao grande número de taxas e ao elevado preço da mão de obra escrava. Lucraram os comerciantes, artesãos e profissionais liberais. A camada média, até então insignificante, cresceu. Eram os pequenos comerciantes, artesãos, advogados, médicos, clérigos, professores, funcionários públicos e artistas, típicos da sociedade urbanizada.



Glossário

Capitão do mato: uma espécie de policial encarregado de capturar os escravos fugidos.

O século XVIII criou, ainda, um imenso contingente de "desclassificados do ouro" – homens livres, sem trabalho, que vagavam sem destino pelas cidades e vilas, passando fome e vivendo em meio à violência. Na maioria, eram mulatos ou negros alforriados sem posição social definida, sujeitos a ocupações temporárias como capitães do mato, guardas pessoais, garimpeiros clandestinos, contrabandistas,
empregados em obras públicas, prostitutas e muitos
soldados

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